Descrição: | Confissão de um utente de Ser
Nem sabes a alegria que me tem injectado/
Esta melancolia quotidiana de Inverno!/
Nem imaginas a nostalgia que me usurpa, fustiga/
(Eu que tenho uma costela de fantasia e maresia)/
Ao fitar estas farpas frias da madrugada,/
Ao ir, no meu apressado e atordoado ir/
(como um bom utente deste Inverno económico,/
Transeunte anónimo com a libido castrada,/
Sequestrada por uma moral quase moribunda,/
Quase ingénua,/
Que como um soporífero me canta e infecta /
E embala)/
Pelos meandros desta pequena vila de veludo cosmopolita,/
Ao ir, rente, quase sóbrio, /
Pelas margens indefinidas deste horizonte clandestino,/
Ao ir, onde sei que não sei ir,/
Ao ir onde escutei numa mensagem cravada a suor /
A sangue,/
Ao rumor errante de um sonho distante./// |